sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Reia tem atmosfera de oxigênio e CO2

A lua Reia de Saturno com 1.500 km de diâmetro e composta basicamente de rocha e gelo, tem uma atmosfera tênue que é composta por 70% de oxigênio e 30% de gás carbônico, dois gases que, na Terra, são essenciais para as formas mais complexas de vida. A descoberta foi realizada pela sonda Cassini, da NASA.
Reia
© NASA/Cassini (Reia)
Embora o oxigênio existente hoje na atmosfera da Terra seja produto da atividade de seres vivos que fazem fotossíntese, esse dificilmente será o caso em Reia. A atmosfera de Reia é muito fina, e a lua não tem um campo magnético próprio. Sua superfície está totalmente desprotegida dos íons e elétrons aprisionados no campo magnético de Saturno. O constante bombardeio de partículas sobre o gelo da superfície causa reações que formam o oxigênio, que então ou fica preso no gelo sólido ou é ejetado para atmosfera.
É muito improvável a existência de vida em Reia, por causa das baixas temperaturas, que oscilam de -174ºC a -220ºC, e da ausência de água no estado líquido.
A descoberta de oxigênio na atmosfera da lua se segue à detecção de sinais da mesma substância na lua Europa do planeta Júpiter, onde há possibilidade da existência de um oceano sob a crosta de gelo. Outra lua de Saturno, Encélado também apresenta sinais de água sob a superfície.
Isso sugere que a formação de oxigênio em corpos gelados submetidos a radiação pode propiciar mecanismos para química orgânica complexa movida a oxigênio dentro destes astros no nosso próprio Sistema Solar, e em outras luas pelo Universo.
A presença de CO2 na atmosfera da lua é um mistério maior que o oxigênio. Uma possibilidade é que Reia não  seja uma bola sólida de rocha e gelo, como se imagina, mas contenha algum líquido em seu interior, onde reações geradoras de gás carbônico poderiam ter ocorrido ou ainda estar ocorrendo, pois a lua mostra sinais de intensa atividade geológica, mas ocorrida em eras passadas.
Se um dia astronautas da Terra forem visitar a lua em busca da solução para o enigma do CO2, a atmosfera de oxigênio não tornará os trajes espaciais desnecessários. A densidade de oxigênio máxima em Reia é de 10 trilhões de moléculas por metro cúbico. Na Terra, esse número é 5 trilhões  de vezes maior!
Fonte: Science

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