quarta-feira, 24 de agosto de 2011

As estrelas mais frias do Universo

A sonda espacial WISE descobriu as estrelas mais frias já encontradas no Universo, com uma temperatura similar à do corpo humano.
anã marron WISE 1828 2650
© NASA/WISE (anã marron WISE 1828+2650)
Os astrônomos caçaram esses objetos escuros, chamados de anãs Y, por mais de uma década sem sucesso. Quando observados com telescópio que captam a luz visível, eles são praticamente impossíveis de serem detectados. A visão infravermelha do WISE permitiu que o telescópio finalmente registrasse o brilho apagado de seis anãs Y localizadas a uma distância relativamente pequena do nosso Sol, algo em torno de 40 anos-luz.
“O WISE vasculhou todo o céu em busca desses e outros objetos, e foi capaz de registrar a sua luz quase invisível com sua visão infravermelha altamente sensível”, disse Jon Morse, diretor da Divisão de Astrofísica no NASA em Washington. “Elas são 5.000 vezes mais brilhantes nos comprimentos de onda mais longos observados pelo WISE do espaço do que se fossem observados da superfície”.
As anãs Y são os membros mais frios da família das anãs marrom. Anãs marrom são as vezes chamadas de estrelas que falharam. Elas têm tão pouca massa para fundir átomos em seus núcleos e assim não queimam o combustível que mantêm as estrelas brilhando como o nosso Sol por bilhões de anos. Ao invés disso, esses objetos se esfriam e se apagam com o tempo, até que somente uma pequena parcela de luz é emitida nos comprimentos de onda do infravermelho.
ilustração dos diferentes tipos de anãs marron
© NASA (ilustração dos diferentes tipos de anãs marron)
Os astrônomos estudam as anãs brancas para entenderem melhor como as estrelas se formam, e para entenderem as atmosferas dos planetas localizados além do nosso Sistema Solar. As atmosferas das anãs marrom são similares à atmosfera de planetas como Júpiter, mas elas são mais fáceis de serem observadas pois elas estão sozinhas no espaço longe do brilho intenso de uma estrela.
Os dados do WISE revelaram 100 novas anãs marrom. Mais descobertas são esperadas à medida que os cientistas continuarem examinando a enorme quantidade de dados obtidos pelo WISE.
Destas novas anãs marrom identificadas, seis podem ser classificadas como anãs Y. Uma delas, a chamada WISE 1828+2650 é considerada como a anã marrom mais fria já descoberta com uma temperatura atmosférica estimada de 25˚C.
“As anãs marrom que foram descobertas antes e que tinham o recorde de estrela mais fria do Universo tinham a temperatura de um forno”, disse Davy Kirkpatrick, um membro da equipe de ciência do WISE que trabalha no Centro de Processamento e Análise Infravermelha  no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, na Califórnia.
As anãs Y estão na vizinhança do Sol, a distância entre 9 e 40 anos-luz. A anã Y que está a aproximadamente 9 anos-luz de distância, a WISE 1541-2250, pode-se tornar o sétimo sistema estelar mais próximo, superando o Ros 154. Por comparação, a estrela Proxima Centauri a estrela mais próxima do Sol está a uma distância de 4,3 anos-luz.
Uma vez que a equipe do WISE identificou as estrelas candidatas a anãs marrom, eles voltaram o Telescópio Espacial Spitzer da NASA para esses alvos. Para confirmar por definitivo as estrelas, a equipe do WISE usou alguns dos mais poderosos telescópios existentes na Terra para assim separar a luz vinda do objeto e buscar por assinaturas moleculares de elementos como a água, o metano e possivelmente amônia. Para as novas anãs Y mais frias a equipe usou o Telescópio Espacial Hubble. As  anãs Y foram identificadas com base numa mudança em suas características espectrais comparadas com outras anãs marrom, indicando que elas têm uma temperatura atmosférica menor.
Os telescópios baseados em Terra usados nesses estudos foram o Infrared Telescope Facility da NASA, localizado no topo do monte Mauna Kea no Havaí, o Palomar Observatory da Caltech, próximo a San Diego, o W.M. Keck Observatory em Mauna Kea no Havaí e o Magellan Telescopes que fica no Observatório Las Campanas no Chile, entre outros.
A pesquisa foi publicada na revista Astrophysical Journal Supplement Series e no periódico Astrophysical Journal.
Fonte: NASA

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