sábado, 13 de agosto de 2011

Uma estrela destruída por um buraco negro

Evidência do Observatório de Raios-X Chandra da NASA e dos telescópios Magellan sugerem que uma estrela está sendo dilacerada por um buraco negro de massa intermediária em um aglomerado globular.
NGC 1399
© Chandra/Hubble (NGC 1399)
Nessa imagem, os raios-X obtidos pelo Chandra são mostrados sobrepostos a uma imagem óptica do Telescópio Espacial Hubble. Essas observações do Chandra mostram que o objeto é o chamado fonte ultra luminosa de raio-X, ou ULX. Considerados uma classe de objetos pouco comuns, os ULXs emitem mais raios-X do que qualquer outra fonte estelar de raios-X, mas menos do que as brilhantes fontes de raios-X associadas com buracos negros supermassivos localizados no interior de galáxias. A sua natureza exata ainda é um mistério, mas uma sugestão é que alguns ULXs são buracos negros com massas entre uma centena e milhares de vezes a massa do Sol.
Dados obtidos no comprimento de luz óptico com os telescópios Magellan I e II localizados em Las Campanas no Chile, também fornecem intrigantes informações sobre esse objeto, que foi descoberto na galáxia elíptica NGC 1399 no Aglomerado de Galáxias Fornax. O espectro revela a emissão de oxigênio e nitrogênio mas não hidrogênio, um raro conjunto de sinais vindo de um aglomerado globular. As condições físicas  deduzidas do espectro sugerem que o gás está orbitando um buraco negro que tem no mínimo uma massa igual a 1.000 massas solares.
Para explicar essas observações, os pesquisadores sugerem que uma estrela anã branca passou tão perto de um buraco negro de massa intermediária que ela foi então dilacerada por forças de maré. Nesse cenário a emissão de raios-X é produzida por detritos da estrela anã branca corrompida que é aquecido à medida que eles caem em direção ao buraco negro e a emissão óptica vem de detritos mais afastados que são iluminados por esses raios-X.
Outro aspecto interessante desse objeto é que ele é encontrado dentro de um aglomerado globular de estrelas, ou sejam um agrupamento compacto e muito antigo de estrelas. Os astrônomos há muito tempo suspeitam de que os aglomerados globulares possam conter buracos negros de massa intermediária, mas eles não tinham nenhuma evidência conclusiva até o momento. Se confirmada, essa descoberta representaria pela primeira vez que eles poderiam comprovar a teoria.
Fonte: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics

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