segunda-feira, 19 de junho de 2017

O impacto de campos magnéticos sobre estrelas emergentes

Durante décadas, os cientistas pensaram que as linhas do campo magnético que circulavam por estrelas recém-formadas eram poderosas e inflexíveis, criando material formador de estrelas.

ilustração das linhas do campo magnético próximas de protoestrela

© NRAO (ilustração das linhas do campo magnético próximas de protoestrela)

Mais recentemente, os astrônomos encontraram evidências tentadoras de que a turbulência em larga escala, longe de uma estrela nascente, pode arrastar os campos magnéticos à vontade.

Agora, uma equipe de astrônomos utilizando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) descobriu um campo magnético surpreendentemente fraco e desorganizado muito perto de uma protoestrela recentemente emergente. Estas observações sugerem que o impacto dos campos magnéticos na formação de estrelas é mais complexo do que se pensava anteriormente.

Os pesquisadores mapearam o campo magnético em torno da protoestrela Ser-emb 8, que fica a cerca de 1.400 anos-luz de distância na região formadora de estrelas da Serpente. Estas novas observações são as mais sensíveis do campo magnético em pequena escala que cercam uma protoestrela. Elas também fornecem informações importantes sobre a formação de estrelas de baixa massa como nosso próprio Sol.

As observações anteriores com outros telescópios descobriram que os campos magnéticos que cercam algumas protoestrelas formam uma forma clássica de "ampulheta", uma marca registrada de um campo magnético forte, que começa perto da protoestrela e prolonga muitos anos-luz na nuvem circundante de poeira e gás.

O ALMA é capaz de estudar campos magnéticos nas pequenas escalas dentro de grupos formadores de estrelas, mapeando a polarização da luz emitida por grãos de poeira que se alinharam com o campo magnético.

Ao comparar a estrutura do campo magnético nas observações com simulações de supercomputadores de ponta em escalas de tamanho múltiplo, foi possível obter informações importantes sobre as etapas iniciais da formação de estrelas magnetizadas. As simulações que se estendem a partir de 140 UA (unidade astronômica, que é a distância média da Terra ao Sol) da protoestrela até o máximo de 17 anos-luz, foram realizadas pelos astrônomos Philip Mocz e Blakesley Burkhart, do CfA.

orientação do campo magnético na região em torno da protoestrela Ser-emb 8

© ALMA (orientação do campo magnético na região em torno da protoestrela Ser-emb 8)

Na imagem acima a textura representa a orientação do campo magnético na região em torno da protoestrela Ser-emb 8, conforme medido pelo ALMA. A região cinza é a emissão de poeira de comprimento de onda milimétrica.

No caso de Ser-emb 8, os astrônomos pensam que capturaram o campo magnético original em torno da protoestrela, antes que o material de saída da estrela pudesse apagar a assinatura primitiva do campo magnético na nuvem molecular circundante.

Estas observações mostram que a importância do campo magnético na formação de estrelas pode variar amplamente de estrela para estrela. Esta protoestrela parece ter se formado em um ambiente fracamente magnetizado dominado pela turbulência, enquanto as observações anteriores mostram fontes que se formaram claramente em ambientes fortemente magnetizados. Estudos futuros irão revelar o quão comum são cada cenário.

Um artigo que descreve a pesquisa aparece no periódico Astrophysical Journal Letters.

Fonte: National Radio Astronomy Observatory

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