quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Descobertos planetas em outra galáxia

Uma equipe de astrofísicos da Universidade de Oklahoma descobriu, pela primeira vez, uma população de planetas localizados além da Via Láctea.

galáxia da lente gravitacional no centro e quatro quasares de fundo

© U. Oklahoma (galáxia da lente gravitacional no centro e quatro quasares de fundo)

A lente gravitacional galáctica RX J1131-1231 com a galáxia da lente no centro e quatro quasares de fundo. Estima-se que existam trilhões de planetas na galáxia elíptica central da imagem.

Usando microlentes, um fenômeno astronômico e o único conhecido capaz de descobrir exoplanetas a distâncias verdadeiramente enormes da Terra, entre outras técnicas de detecção, pesquisadores foram capazes de detectar objetos em outras galáxias que variam desde a massa da Lua até à massa de Júpiter.

Xinyu Dai, professor do Departamento Homer L. Dodge de Física e Astronomia, do Colégio de Artes e Ciências da Universidade de Oklahoma, juntamente com o pesquisador de pós-doutorado Eduardo Guerras, fizeram a descoberta recorrendo a dados do Observatório de raios X Chandra da NASA, um telescópio espacial controlado pelo Observatório Astrofísico do Smithsonian.

"Estamos muito excitados com esta descoberta. Esta é a primeira vez que alguém descobriu planetas fora da nossa Galáxia," realça Dai. "Estes planetas pequenos são os melhores candidatos para a assinatura que observámos neste estudo usando a técnica de microlentes. Analisámos a alta frequência da assinatura modelando os dados para determinar a massa."

Apesar da descoberta de planetas na Via Láctea usando microlentes, o efeito gravitacional de até objetos pequenos pode criar uma alta ampliação, levando a uma assinatura que pode ser modelada e explicada e outras galáxias. Até este estudo, não havia evidências de planetas em outras galáxias.

"Este é um exemplo de quão poderosas podem ser as técnicas de análise de microlentes extragalácticas. Esta galáxia está localizada a 3,8 bilhões de anos-luz de distância da Terra e não há a mínima hipótese de observar estes planetas diretamente, nem mesmo com o melhor telescópio que se possa imaginar num cenário de ficção científica," comenta Guerras. "No entanto, somos capazes de os estudar, revelar a sua presença e até ter uma ideia das suas massas. É uma forma muito emocionante de ciência."

Um artigo foi publicado no periódico Astrophysical Journal Letters.

Fonte: University of Oklahoma

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