segunda-feira, 21 de maio de 2018

O “último abraço” do VIMOS

Nesta imagem, obtida pelo instrumento VIMOS (VIsible Multi-Object Spectrograph) montado no Very Large Telescope (VLT) do ESO, podemos ver duas galáxias em espiral presas numa dança rodopiante.

Arp 271

© ESO/Juan Carlos Muñoz (Arp 271)

As duas galáxias em interação, NGC 5426 e NGC 5427, formam em conjunto um intrigante objeto astronômico chamado Arp 271, o qual foi captado pelo VIMOS antes deste ser desativado em 24 de Março de 2018.

O VIMOS esteve em operação no VLT durante impressionantes 16 anos. Durante este tempo, o instrumento ajudou os cientistas a estudar as fases iniciais rebeldes da vida de galáxias massivas, observar interações de galáxias triplas e explorar questões cósmicas profundas, como por exemplo, como é que as galáxias mais massivas do Universo cresceram tanto. Em vez de se focar apenas num único objeto, o VIMOS podia captar informação detalhada sobre centenas de galáxias de uma só vez. Este instrumento muito sensível colectou espectros de dezenas de milhares de galáxias em todo o Universo, mostrando-nos como se formam, crescem e evoluem.

Nesta imagem, o Arp 271 encontra-se enquadrado por um fundo de galáxias distantes e podemos ver filamentos de gás azulado, poeira e estrelas jovens transpondo o fosso entre as duas galáxias, resultado da sua interação gravitacional mútua.

Como muitas observações astronômicas, esta imagem mostra-nos também o passado. Graças à enorme distância que separa a Terra de Arp 271, a imagem mostra-nos na realidade como é que estas galáxias eram há cerca de 110 milhões de anos atrás: o tempo que a sua luz levou a chegar até nós.

Este tipo de colisão e fusão será o destino eventual da Via Láctea, uma vez que a nossa galáxia sofrerá uma interação semelhante com a sua galáxia vizinha Andrômeda.

Fonte: ESO

Nenhum comentário:

Postar um comentário