quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Uma espiral em Leão

O VLT (Very Large Telescope) do ESO mostra uma nova imagem da galáxia espiral NGC 3521, situada a cerca de 35 milhões de anos-luz de distância na constelação do Leão.
© ESO (galáxia NGC 3521)
Com uma dimensão de cerca de 50.000 anos-luz, este objeto espetacular tem um núcleo brilhante e compacto, rodeado por uma estrutura em espiral muito detalhada.
As características mais distintivas da galáxia brilhante NGC 3521 são os seus longos braços espirais salpicados de regiões de formação estelar intercaladas com poeira. Os braços são bastante irregulares, tornando a NGC 3521 num exemplo típico de uma galáxia espiral granular. Estas galáxias têm braços espirais “macios” em contraste com os braços mais abrangentes e bem desenhados de galáxias espirais tais como a famosa Galáxia do Redemoinho ou M51, descoberta por Charles Messier.
A NGC 3521 é brilhante e relativamente próxima, podendo ser facilmente observada com um pequeno telescópio, tal como o que utilizou Messier para catalogar uma série de objetos difusos do tipo de cometas nos anos 1700. Curiosamente, o astrônomo francês parece ter falhado na identificação desta espiral granular, embora tivesse identificado várias outras galáxias igualmente brilhantes na constelação do Leão.
Foi apenas em 1784, ano em que Messier publicou a versão final do seu catálogo, que outro astrônomo famoso, William Herschel, descobriu a NGC 3521, logo no início de mapeamentos detalhados que fez do céu setentrional. Através do seu telescópio de 47 cm de abertura, Herschel viu um “centro brilhante rodeado por nebulosidade”, de acordo com as suas notas de observação.
Nesta nova imagem do VLT braços espirais coloridos mas mal definidos substituem a “nebulosidade” de Herschel. Estrelas mais velhas dominam a região avermelhada no centro, enquanto que estrelas jovens quentes azuis permeiam os braços mais longe do núcleo.
Fonte: ESO

Existe um anel ao redor de Plutão?

Com a sonda New Horizons a caminho de Plutão, essa missão poderá procurar por um potencial anel ao redor de Plutão e de suas luas.
Plutão
© NASA (Plutão)
Pesquisadores brasileiros da UNESP submeteram recentemente um artigo para publicação em que são exploradas as possibilidades da existência de um sistema de anel ao redor de Plutão. Nesse artigo, a equipe discute os efeitos de impactos de micrometeoroides em Nix e Hydra e como as partículas de poeira resultantes poderiam formar um anel ao redor de Plutão. A equipe também investigou as forças como o vento solar que poderiam dissipar o sistema de anéis.
Pryscilla Maria Pires dos Santos e a sua equipe executou uma exaustiva lista de cálculos no artigo que estimou que o sistema de anéis teria um diâmetro de aproximadamente 16.000 quilômetros, ou seja, seria bem maior que a órbita de Nix e Hydra. Com base nesses cálculos, apesar de aproximadamente 50% da massa do sistema de anéis ser dissipada no intervalo de um ano, um tênue sistema ainda se mantém devido à poeira expelida pelos impactos de micrometeoroides.
Dados adicionais apresentados no artigo colocam o anel com profundidade óptica, como sendo algumas ordens de magnitude mais apagado que os anéis de Júpiter. Enquanto que os telescópios em Terra e até mesmo o Telescópio Espacial Hubble são incapazes de detectar o sistema de anéis de Plutão, a sonda New Horizons poderá fornecer dados cruciais para validar os modelos teóricos propostos pela equipe. A sonda New Horizons tem um contador de poeira capaz de medir grãos de poeira com massa mínima de 10 a 12 gramas, o que forneceria então os dados necessários para comprovar ou refutar os modelos da equipe de brasileiros.
“Vale ressaltar que o ambiente interplanetário do Sistema Solar externo não é bem conhecido. Muitas premissas foram feitas em ordem de estimar um anel putativo com profundidade óptica que englobasse as órbitas de Nix e Hydra”, disse Pryscilla.
Fonte: Universe Today

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Meteoritos podem conter componentes de DNA criados no espaço

Pesquisadores da NASA encontraram provas de que os meteoritos podem conter estruturas de DNA que foram geradas no espaço.
DNA em meteoritos
© NASA (DNA em meteoritos)
Componentes de DNA são detectados em meteoritos desde os anos 1960, mas os cientistas tinham dúvidas se eles realmente se originavam no espaço ou se vinham por meio de uma contaminação de vida terrestre.
"Pela primeira vez, provas nos dão a certeza de que estes compostos de DNA foram de fato criados no espaço", diz Callahan, autor do estudo publicado na versão on-line do PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).
Anteriormente, cientistas do Centro Espacial Goddard descobriram aminoácidos em amostras do cometa Wild 2, além de vários meteoritos ricos em carbono.
Os aminoácidos são usados na produção de proteínas, moléculas essenciais à vida, que estão presentes em tudo, desde estruturas capilares até enzimas, que são catalisadores que aceleram ou regulam reações químicas.
Os dados mais recentes indicam que determinados componentes de DNA chamados de nucleobases, os blocos de construção do código genético, chegam à Terra por meio de meteoritos em uma diversidade e quantidade que supera a anteriormente imaginada.
Essa descoberta significa que o ambiente interno de asteroides e cometas é capaz de abrigar moléculas biológicas essenciais.
No novo estudo, um grupo analisou amostras de 12 meteoritos ricos em carbono, nove dos quais foram retirados da Antártida, que indicaram a existência de adenina e guanina. As duas se conectam a outro par para formar as estruturas de um DNA.
Os pesquisadores também identificaram em dois meteoritos, pela primeira vez, traços de três moléculas relacionadas a nucleobases, sendo que dois quase nunca são usados em biologia, as nucleobases análogas, o que provaria que as substâncias dos meteoritos vieram do espaço e não de uma contaminação terrestre.
Fonte: NASA

Matéria escura num aglomerado de galáxias

Uma imagem realizada pelo Telescópio Espacial Hubble, mostra galáxias apagadas gravitacionalmente realçadas localizadas além de um massivo aglomerado de galáxias indicando que um imenso anel de matéria escura provavelmente existe ao redor do centro do aglomerado de galáxias CL0024+17 que possui matéria escura em sua composição.
aglomerado de galáxias CL0024 17
© Hubble (aglomerado de galáxias CL0024+17)
O que se pode ver na imagem acima são espetaculares galáxias que fazem parte do aglomerado CL0024+17, normalmente aparecendo em cor laranja. Observa-se que são algumas formas de galáxias repetidas pouco comuns normalmente em cores mais azuladas.
Essas múltiplas imagens de algumas distantes galáxias mostram que o aglomerado é uma forte lente gravitacional. É a distorção relativamente fraca de muitas galáxias distantes e apagadas azuis sobre toda a imagem, que indica a existência do anel de matéria escura.
O anel de matéria escura computacionalmente modelado se expande por aproximadamente cinco milhões de anos-luz e foi digitalmente sobreposto à imagem em uma cor azul difusa. A hipótese para a formação do gigantesco anel de matéria escura reside no fato de que essa é uma feição transiente formada quando o aglomerado de galáxias CL0024+17 colidiu com outro aglomerado de galáxias a aproximadamente a um bilhão de anos atrás, deixando como resultado um anel similar às ondas que surgem num lago, quando a sua superfície é atingida por uma pedra.
Fonte: Daily Galaxy

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Descoberta antimatéria ao redor da Terra

 Terra possui ao seu redor um anel de antiprótons, confinados pelas linhas do campo magnético do nosso planeta.
cinturão de Van Allen
© NASA (cinturão de Van Allen)
Essa antimatéria pode persistir por períodos que vão desde alguns minutos até horas antes de se aniquilar com a matéria normal na atmosfera.
A Terra é constantemente bombardeada por raios cósmicos vindo do espaço que, ao chegar, criam uma chuva de novas partículas e antipartículas conforme eles colidem com as partículas de matéria ao se aproximar do planeta.
Muitas delas ficam presas dentro dos cinturões de radiação de Van Allen, duas zonas com formato de grossos anéis ao redor do planeta, onde as partículas carregadas espiralam ao redor das linhas do campo magnético da Terra.
Satélites artificiais já haviam detectado pósitrons - os equivalentes de antimatéria dos elétrons - no cinturão de radiação.
Agora, uma sonda detectou antiprótons, que têm uma massa 2.000 vezes maior do que os pósitrons.
Partículas mais pesadas tomam rotas mais abertas quando espiralam em torno das linhas magnéticas do planeta - linhas mais fracas do campo magnético também geram espirais mais largas.
Assim, os antiprótons relativamente pesados, ao viajar ao redor das fracas linhas magnéticas do cinturão externo de radiação, devem seguir loops tão grandes que são rapidamente puxados para a atmosfera, onde se aniquilam com a matéria normal.
Piergiorgio Picozza e seus colegas da Universidade de Roma, na Itália, detectaram os antiprótons usando o PAMELA, um detector de raios cósmicos italiano que está no espaço, a bordo de um satélite russo de observação da Terra.
A sonda voa através do cinturão interno de radiação da Terra, em uma posição diretamente acima do Atlântico Sul.
Entre julho de 2006 e dezembro de 2008, o PAMELA detectou, numa área equivalente aos seus sensores, 28 antiprótons presos em órbitas espirais em torno das linhas do campo magnético que brotam do pólo sul da Terra. Extrapolando os resultados para toda a área ao redor da Terra, há bilhões de partículas de antimatéria girando continuamente ao nosso redor!
Fonte: The Astrophysical Journal Letters

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Diferenças do lado oculto e visível da Lua

Uma nova teoria foi proposta para explicação da existência da espessa crosta no lado oculto da Lua e para a concentração de vulcanismo no lado visível.
sequência do impacto da Lua irmã
© Jutzi & Asphaug (sequência do impacto da Lua irmã)
A imagem acima mostra a sequência proposta de imapacto e a imagem abaixo exibe a camada adicional (cor cinza) gerada pela colisão da Lua irmã e magma na região do impacto concentrado (cor amarela).
consequência do impacto da Lua irmã
© Jutzi & Asphaug (consequência do impacto da Lua irmã)
Jutzi e Asphaug propuseram que a nossa Lua não foi o único corpo significante que se formou por meio de uma gigantesca explosão no final do processo de crescimento da Terra. Uma irmã da Lua com aproximadamente 1.200 km de diâmetro foi inicialmente apreendida em uma órbita Troiana mas finalmente se colidiu com a Lua a aproximadamente 4,4 bilhões de anos atrás. Com base em uma sofisticada modelagem numérica (rastreando algo em torno de 2,5 milhões de partículas), eles determinaram que a colisão teria acontecido a uma baixa velocidade, ou seja, uma velocidade menor do que aquela experimentada pelos corpos que atingem a Lua, esse objeto irmão da Lua seria achatado e se dobrou ao redor de um lado da Lua. Isso teria espessado a crosta no lado que sofreu o impacto, lado esse que agora é conhecido como lado oculto, ou escuro da Lua. Os autores especulam que durante os 100 milhões de anos entre a formação da nossa Lua e o impacto desse objeto, o oceano de magma que existia na Lua formou uma crosta e só permaneceu derretido numa camada sob uma crosta de 20 km de espessura. O impacto é proposto como a causa da geração do restante do oceano de magma que foi espremido do lado oposto ao impacto e ali se concentrando, fornecendo o calor e a concentração de KREEP (“K” para potássio, “REE” para elementos de terras raras e “P” para fósforo) que foi capaz de gerar bilhões de anos de espasmos responsáveis pelo vulcanismo no lado visível da Lua, vulcanismo esse que então criou os mares da Lua. A ideia está ainda nos primeiros estágios de desenvolvimento, o estado de resfriamento da Lua e a possível transferência do oceano de magma para o hemisfério oposto estão ainda no campo das especulações. A ideia é um novo pensamento para explicar um velho problema, as diferenças existentes entre o lado escuro e o lado visível da Lua.
Fonte: Nature

A beleza elusiva das radiogaláxias

À medida que os radioastrônomos vasculham o céu mapeando-o, eles encontram algumas fontes de rádio brilhantes associadas com galáxias distantes.
Cygnus A
© NRAO (Cygnus A)
Uma das mais brilhantes foi a fonte de rádio Cygnus A, mostrada acima. A Cygnus A é uma fonte de rádio com duplo lobo. Pode-se notar na imagem de rádio os jatos que emanam do centro da fonte. No centro localiza-se uma galáxia elíptica a uma distância de aproximadamente 200 Mpc (Megaparsec). Nessa distância, os lobos são separados por mais de 100 kpc (kiloparsec), e eles têm uma luminosidade no rádio de 1.045 erg/s, ou seja, 106 vezes mais brilhante que a luminosidade normal de galáxias.
As rádio galáxias, diferente das Seyferts, são normalmente hospedadas por galáxias elípticas. As Seyferts, são também calmas no comprimento de onda de rádio.
M87
© NRAO (M87)
A M87, a galáxia elíptica central em Virgo, mostrada acima, também é uma rádio galáxia. Ela está próxima o suficiente para que possamos examinar seu centro em detalhes, onde nós podemos na verdade ver o jato no comprimento de onda óptico.
Fonte: Daily Galaxy

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Teoria dos Multiversos

Uma equipe de cientistas está testando experimentalmente a teoria da existência de outros universos. Cada um desses universos poderá ter físicas distintas, ou seja, diferentes constantes fundamentais e diferentes leis da física.
colisões entre bolhas
© Hiranya V. Peiris (colisões entre bolhas)
A imagem mostra as assinaturas de colisões entre bolhas em vários estágios da análise. Uma colisão (no alto à esquerda) induz uma modulação de temperatura na radiação cósmica de fundo (no alto à direita). A bolha associada com a colisão é identificada por uma forte resposta (embaixo à esquerda) e a presença de uma fronteira é mostrada por uma forte resposta pelo algoritmo de detecção de bordas (embaixo à direita).
Dois artigos publicados nas principais revistas de física do mundo detalharam propostas de como procurar assinaturas de outros universos, diferentes da ainda controversa teoria do fluxo escuro, que é um fluxo de matéria ainda sem causa ou explicação conhecidas, devido ao movimento de aglomerados galácticos em direção à um único ponto no céu, localizado entre as constelações de Sagitário e Vela.
Os pesquisadores estão procurando padrões em formato de disco, que se formariam pelo contato entre duas bolhas.
Para eles, esses padrões deveriam aparecer na radiação cósmica de fundo, uma radiação na faixa de micro-ondas que permeia todo o Universo, e que os cientistas acreditam ser o eco do Big Bang.
"Procurar por marcas de colisão, de todos os raios possíveis, em qualquer lugar do céu, é um problema estatístico e computacional muito difícil," comenta a Dra. Hiranya Peiris, da Universidade College London.
Foi desenvolvido um algoritmo com regras muito estritas, que procura padrões em uma imagem, eliminando aqueles que se devem ao mero acaso.
Os resultados não foram conclusivos, foram encontrados quatro possíveis sinais de colisão com outros universos, quatro formações esféricas no céu que, segundo seus modelos matemáticos, não podem ser atribuídos ao acaso.
Estatisticamente, os resultados não são consistentes o suficiente nem para confirmar a teoria dos multiversos e nem para descartá-la.
Mas, além da sonda WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe) da NASA, o telescópio espacial Planck da ESA já está rastreando o céu, e deverá gerar um mapa muito mais preciso, propiciando informação mais consistente referente à teoria dos outros universos.
Fonte: Physical Review Letters

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

VISTA encontra 96 aglomerados estelares

Com dados obtidos pelo telescópio de rastreio no infravermelho VISTA, instalado no Observatório do Paranal do ESO, uma equipe internacional de astrônomos descobriu 96 novos aglomerados estelares abertos escondidos pela poeira da Via Láctea.
© ESO (novos aglomerados estelares abertos)
Estes objetos pequenos e tênues permaneceram invisíveis em rastreios anteriores, mas não conseguiram escapar aos detectores infravermelhos muito sensíveis do maior telescópio de rastreio do mundo, que consegue espreitar através da poeira. Esta é a primeira vez que tantos aglomarados pequenos e pouco brilhantes foram encontrados de uma só vez.
Este resultado chega-nos apenas um ano após o início do programa Variáveis VISTA na Via Láctea (VVV), um dos seis rastreios públicos do novo telescópio. Os resultados serão publicados na revista científica especializada Astronomy & Astrophysics.
“Esta descoberta sublinha o potencial do VISTA e do rastreio VVV para encontrar aglomerados de estrelas, especialmente aqueles que se escondem em regiões de poeira situadas no disco da Via Láctea. O VVV consegue observar muito mais profundamente do que outros rastreios,” diz Jura Borissova, autora principal do estudo.
A maioria das estrelas com mais de metade da massa do nosso Sol formam-se em grupos chamados aglomerados abertos. Estes aglomerados são os tijolos que formam as galáxias e são vitais para a formação e evolução de galáxias tais como a nossa. No entanto, os aglomerados estelares formam-se em regiões com bastante poeira, que difundem e absorvem a maior parte da radiação visível emitida pelas estrelas jovens, tornando-os invisíveis à maioria dos rastreios do céu, mas não ao telescópio infravermelho de 4,1 metros do VISTA.
“De maneira a encontrar a formação mais recente de aglomerados estelares, concentramos a nossa busca na direção de zonas de formação estelar conhecidas. Em regiões que pareciam vazias em rastreios anteriores efetuados no visível, os sensíveis detectores infravermelhos do VISTA descobriram muitos objetos novos,” acrescenta Dante Minniti, cientista principal do VVV.
Utilizando software cuidadosamente preparado, a equipe removeu as estrelas que apareciam em frente de cada aglomerado e contou seus membros genuínos. Posteriormente, as imagens foram inspecionadas visualmente para se medir o tamanho do aglomerado. Para os aglomerados que continham mais estrelas foram feitas outras medições tais como a distância, idade e quantidade de avermelhamento que a sua radiação estelar sofre devido à poeira interestelar situada entre os aglomerados e nós.
“Descobrimos que a maioria dos aglomerados são muito pequenos, contendo apenas cerca de 10 a 20 estrelas. Comparados com aglomerados abertos típicos, estes são objetos muito tênues e compactos - a poeira que se encontra em frente destes aglomerados faz com que pareçam 10 mil a 100 milhões de vezes menos brilhantes no visível. Não admira, portanto, que estivessem escondidos,” explica Radostin Kurtev, outro membro da equipe.
Apenas 2.500 aglomerados abertos foram encontrados na Via Láctea desde a antiguidade, mas os astrônomos estimam que devam existir pelo menos 30 mil escondidos por trás de poeira e gás. Enquanto que os aglomerados abertos brilhantes e grandes são facilmente detectados, esta é a primeira vez que tantos aglomerados pequenos e pouco brilhantes são encontrados de uma só vez.
Estes novos 96 aglomerados abertos podem ser apenas o início de novas descobertas. “Começamos agora a utilizar software automático mais sofisticado para procurar aglomerados mais velhos e menos concentrados. Estou confiante que muitos mais serão descobertos num futuro próximo,” acrescenta Borissova.
Fonte: ESO

Ejeção coronal de massa solar rumo à Terra

A mancha solar 1261 causou uma erupção em 2 de Agosto de 2011, às 0619 UT, produzindo uma labareda solar de longa duração da Classe M1.
manchas solares
© NASA/SDO (manchas solares)
A imagem solar acima, obtida pelo SDO (Solar Dynamics Observatory) da NASA, em 1 de Agosto de 2011, mostra a configuração das manchas solares a partir desta data. A mancha solar 1261 tem um campo magnético do tipo "beta-gama-delta", com energia para originar explosões solares de classe X. A cobertura magnética da mancha solar foi iluminada pela extrema radiação ultravioleta.


© GSFC Space Weather Lab (modelo 3D da ejeção)
A explosão gerou uma ejeção de massa coronal quase que diretamente na direção da Terra. Três sondas, a SOHO, a STEREO-A e a STEREO-B rastrearam o progresso da nuvem de expansão. Usando dados de três pontos de vista diferentes, os cientistas no GSFC Space Weather Lab construíram um modelo 3D da ejeção (mostrado na figura acima). De acordo com esse trabalho, a nuvem a esquerda do Sol está viajando a uma velocidade de 900 km/s e deve atingir a Terra no dia 5 de Agosto de 2011 às 0300 UT, mais ou menos 7 horas. Possíveis tempestades geomagnéticas podem ocorrer quando a ejeção chegar na Terra.
Fonte: NASA

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A nebulosa do Anel Fino

A obscura Nebulosa do Anel Fino, mostrada a seguir, é uma nebulosa planetária pouco comum.
nebulosa do Anel Fino
© ESO (nebulosa do Anel Fino)
Nebulosas planetárias se formam quando algumas estrelas moribundas, se expandem na sua fase de gigante vermelha, expelem uma concha de gás à medida que se desenvolvem tornando-se uma anã branca. A maioria das nebulosas planetárias são esféricas ou elípticas, ou até mesmo bipolares, quando apresentam lobos simétricos de material expelido.
Mas a Nebulosa do Anel Fino, registrada aqui pelo instrumento chamado Faint Object Spectrograph and Camera montado no New Technology Observatory do ESO em La Silla no Chile, parece com um anel quase que perfeitamente circular. Os astrônomos acreditam que algumas dessas nebulosas planetárias de formas pouco comum são formadas quando a estrela progenitora é um sistema binário. A interação entre a estrela primária e a sua companheira orbital dão forma ao material ejetado.
O objeto estelar no centro da Nebulosa do Anel Fino é na verdade como se fosse um sistema binário, com um período orbital de 2,9 dias. As observações sugerem que o par binário está quase de frente para nós, implicando que a estrutura da nebulosa planetária também esteja alinhada com o nosso ponto de vista. Nós estamos olhando para um toro (uma estrutura na forma de rosquinha) de material ejetado levando a essa impressionante forma de anel circular que observamos na imagem.
As nebulosas planetárias tem a sua forma definida por uma complexidade de processos físicos. Não somente esses objetos podem ser admirados pela sua beleza, mas o estudo da precisão como eles se formam é um tópico fascinante de estudo astronômico.
Fonte: ESO

Achada evidência de oxigênio em nebulosa

O telescópio espacial Herschel encontrou a primeira evidência forte da existência de moléculas de oxigênio (O2) na nebulosa de Órion, a aproximadamente 1.500 anos-luz da Terra, afirma a ESA (agência espacial europeia).
nebulosa de Órion
© ESA (nebulosa de Órion)
Segundo a agência, o registro é 10 vezes maior que observações anteriores, mas ainda bem abaixo das expectativas teóricas.
O oxigênio é um gás que foi descoberto por volta de 1770, sendo o terceiro elemento mais abundante do Universo, atrás apenas de hidrogênio e hélio, e é fundamental para a vida na Terra. "A teoria sugere que deveríamos achar uma grande quantidade de átomos de oxigênio, mas buscas anteriores continuavam falhando em achar essa grande quantidade", afirma Paul Goldsmith, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (agência espacial americana), autor principal do artigo que descreve o achado. "Com esses novos dados, nós finalmente temos um forte palpite de onde o oxigênio cósmico pode estar se escondendo", diz o astrônomo.
Os astrônomos procuram por assinaturas da energia que os átomos de oxigênio emitem, mas o oxigênio da atmosfera da Terra atrapalha a busca. Como o Herschel está no espaço, fica mais favorável descobrir o elemento.
Os resultados do estudo foram publicados na revista especializada "Astrophysical Journal".
Fonte: ESA

Nova imagem do asteroide Vesta

A NASA divulgou novas imagens feitas pela sonda Dawn do gigantesco asteroide Vesta, um dos maiores asteroides conhecidos.
asteroide Vesta
© NASA (asteroide Vesta)
A sonda Dawn entrou na órbita de Vesta no último dia 15, onde passará um ano antes de partir para o planeta-anão Ceres.
Vesta é o objeto mais brilhante do cinturão de asteroides e pode ser a fonte de vários meteoritos que atingem a Terra.
A sonda viajou 2,8 bilhões de km em aproximadamente quatro anos e registrou as imagens a cerca de 5,2 km de distância do asteroide.
A sonda é equipada com detectores de raios-gama e de nêutrons - que registram a energia das partículas subatômicas emitidas pelo asteroide - e espectrômetro - que analisa os minerais da superfície de Vesta.
Fonte: NASA

domingo, 31 de julho de 2011

Nova medida da expansão do Universo

As galáxias não estão distribuídas uniformemente pelo espaço, mas estão agrupadas. Usando uma medida da agregação das galáxias pesquisadas, além de outras informações derivadas a partir de observações do início do Universo, os pesquisadores mediram a constante de Hubble com uma incerteza inferior a 5%.
6DF Galaxy Survey
© ICRAR (6DF Galaxy Survey )
Na imagem da 6DF Galaxy Survey, cada ponto é uma galáxia e a Terra é o centro da esfera.
Um estudante de PhD do International Centre for Radio Astronomy Research (ICRAR) produziu uma das medições mais precisas de todos os tempos da rapidez com que o Universo está se expandindo.
Florian Beutler, com doutorado da Universidade da Austrália Ocidental, calculou o quão rápido o Universo está crescendo através da medição da constante de Hubble.
A constante de Hubble é um número importante na Astronomia, porque é usado para calcular o tamanho e a idade do Universo.
À medida que o Universo expande, as outras galáxias são distanciadas da nossa.
Ao analisar a luz que vem de uma galáxia distante, a velocidade e a direção da galáxia pode ser facilmente obtida. Determinar a distância da galáxia da Terra é muito mais difícil. Até agora, isso tem sido feito, observando o brilho de objetos individuais dentro da galáxia para calcular o quão longe a galáxia deve estar.
Esta abordagem para medir a distância de uma galáxia da Terra se baseia em alguns pressupostos bem estabelecidos, mas está propenso a erros sistemáticos.
Este estudo é baseia-se em dados de uma pesquisa com mais de 125 mil galáxias realizado com o UK Schmidt Telescope, no leste da Austrália. Chamado de 6dF Galaxy Survey, este é o maior levantamento até agora de galáxias relativamente próximas, abrangendo quase metade do céu.
"Esta maneira de determinar a constante de Hubble é tão direta e precisa como outros métodos, e fornece uma verificação independente deles", diz o professor Mateus Colless, diretor do Observatório Astronômico da Austrália.
A nova medição da constante de Hubble é 67,0 ± 3,2 km/s por Mpc (Megaparsec). A medição pode ser mais refinada através de dados com maior quantidade de galáxias.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

sábado, 30 de julho de 2011

A cratera Gale em Marte

A câmera Thermal Emission Imaging System, ou THEMIS da sonda da NASA Mars Odyssey obteve a imagem abaixo da cratera Gale com 154 km de diâmetro, que fica localizada próxima do equador do planeta Marte.
cratera Gale
© NASA (cratera Gale)
No interior da cratera Gale está localizada uma impressionante montanha com camadas de 5 km de elevação. As camadas e estruturas próximas da base são provavelmente formadas em tempos antigos por sedimentos que foram carregados pela água. De fato, um ponto perto do lado norte da cratera no sopé dessa montanha foi escolhido como alvo para a nova missão que irá explorar o planeta Marte, o Mars Science Laboratory. Programada para ser lançada no final desse ano, a missão pousará em Marte em Agosto de 2012, deixando no planeta uma sonda exploratória robô, a Curiosity. Os instrumentos científicos da Curiosity pretendem descobrir se a Gale alguma vez na história de Marte possuiu condições favoráveis para suportar a vida de microrganismos e se teve também as condições de preservar pistas sobre o fato da vida ter existido em algum momento no planeta vermelho.
Fonte: NASA